sexta-feira, 14 de novembro de 2008

I dare you to move @

I dare you to move
like today never happened



Estive a pensar..
Qual será a coisa mais difícil de fazermos?

Será dizer coisas como 'amo-te' e 'desculpa', realmente?
Será ter que fazer algo que não queremos?

Em parte acho que sim.
Mas o mais difícil, será realmente isso?

Acho que não.

Acho que o mais difícil é levantarmo-nos.
Sim, é capaz de ser isso.

Ou aliás, mover-nos.

Sim, na verdade é capaz de ser isso mesmo.

Mover-nos.

Porquê?

Aliás, como?

Quando existe falta de motivação.

É como se alguma coisa nos impedisse de fazer seja o quer for. De dizer seja o que for..
É como se fôssemos um robot que precisa de ser recarregado.

No entanto, no nosso caso, as recargas não se compram em supermercados.
Pura e simplesmente não se compram em lado nenhum, aliás.
E são muito difíceis de encontrar. Muito difíceis mesmo.

Digo até que, se as nossas "recargas" fossem consideradas uma espécie animal, estaria à beira da extinção.
Ou então, viveria num habitat muito escondido de todos.

Portanto o que se pode concluir daqui?

Estimem bem as vossas recargas pois nunca se sabe quando se vai poder encontrar outra de novo.

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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

It just keeps chasing

I think my friend said
"I hear footsteps"


Hoje estive a reler 'Bitter Virgin' um manga sobre uma rapariga que foi violada pelo padrasto e que engravidou mas que ainda assim conseguiu refazer a vida dela com apenas 16 anos.

Ahah, isto não parece o melhor começo para um post...
Mas tentem imaginar...

Uma pessoa que já foi vítima de abusos sexuais...
Como é que ela vai conseguir viver normalmente depois?

Será que é possivel ela conviver normalmente com as pessoas?
Mais propriamente, com o sexo masculino?

Agora, sei que alguém com um grande trauma pode esquecê-lo.
É um facto.
Embora pareça dificil de acreditar, muitas das vítimas de abuso sexual nem sequer se lembram de ter sido vítimas.

Mas será que, só por esquecer pode ultrapssá-lo e viver como se nada tivesse acontecido?
E a resposta mais uma vez é não.

(E já agora, estas certezas não as estou a tirar de nenhum manga ou de algum anime. É conhecimento que possuo, mais nada.)

A pessoa esquece, sim. Mas não é como se nunca tivesse acontecido.

Ela ainda vai conseguir ter pesadelos, mesmo não sendo com a sua própria experiência mas sim com o acontecimento em si. E vai, nesses pesadelos, sentir a dor que sentiria se se lembrasse realmente.


O que acontece é que a maior parte destes pesadelos vão-lhe passar despercebidos por ela não os compreender sequer. E se nunca ninguém lhe disser o que se passou, ela provavelmente nem vai saber.

Ainda assim, a experiência pela qual ela passou permanece no subconsciente dela.

Ela nunca mais vai ser a mesma.
Ela vai exibir os sintomas de quem se lembra, apenas não tão graves.

Por exemplo, ela vai entrar em pânico se algum rapaz for ter com ela e a deixar 'encostada à parede', isto é, sem lugar para fugir.
Provavelmente também, ela não vai ser capaz de manter um relacionamento romântico normal seja com quem for.
E muito provavelmente, ela não se vai sentir segura com portas de divisões abertas. É como se alguém pudesse entrar a qualquer momento.


Agora, com base nisto...

Como é que alguém pode alguma vez viver assim?

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domingo, 2 de novembro de 2008

Kurisumasu ~ Christmas - let me take you there

I know a place that we can run to...
They won't know who we are...
Let me take you there


Falta um mês e meio para o Natal e mesmo assim já se vêem os típicos anúncios de brinquedos novos e tudo o mais para as pessoas comprarem para oferecerem aos seus amados.

Esta é a sociedade materialista na qual vivemos.
E ninguém escapa a este raciocínio.

Eu própria quero comprar uma data de coisas para oferecer às pessoas que mais gosto.

Quando eu disse isto ao meu pai, ele disse-me para eu deixar de ser parva e gastar o dinheiro que tenho em mim e não nos outros.

Como é que a raça humana chegou a este ponto de ser tão egoísta e materialista?
Eu não consigo mesmo perceber como chegámos a este ponto.

Faz parte do meu trabalho de Área de Projecto, tentar descobrir a razão pela qual a sociedade se começou a basear no sistema económico e não no de troca directa (por exemplo, trocar cebolas por batatas).

Eu pesquisei bastante. Mas por mais que eu leia não descubro nada sobre o que quero.
Resta-me então especular.

E a minha teoria é que é por nunca estarmos satisfeitos com o que temos: precisamos sempre de mais e melhor.
Porque, se vemos o outro feliz, tentamos destruí-lo.

É isto, não é?

Eu acho que o pensamento da sociedade é qualquer coisa como "Se eu não estou feliz, aquele também não pode estar feliz ou então não pode ser mais feliz do que eu"

E portanto, se eu queria batatas (sendo que estas valem mais que cebolas) e o outro queria cebolas e efectuássemos a troca, eu pensaria que tinha ficado a ganhar com a troca e estaria feliz.
Mas vendo o outro mais feliz que eu, tirar-me-ia do sério porque supostamente ele tinha ficado a perder certo?
Porque as batatas valem mais do que as cebolas....

Errado.

Nós é que temos a mania de atribuir um valor económico aos bens.

Com este exemplo parece um bocado absurdo.

Vou então dar outro exemplo que usei com uma colega minha para lhe explicar (e vejo-a como a sociedade: não entende o meu ponto de vista porque está habituada a dar um valor económico às coisas).

Imaginemos que eu tinha um portátil lindo que a minha amiga adorava. Por sua vez, ela tinha um estojo pelo qual eu era louca.

Propunha então uma troca. E as pessoas devem pensar que eu sou estúpida, certo? Quem no seu perfeito juízo vai trocar uma coisa que vale uns 1000€ por algo que vale uns 10€?

Pensariam então que a minha colega é que foi super inteligente e que eu fiquei a perder com a troca porque fui parva.

No entanto, isso está errado.
Eu também fiquei a ganhar.

Independentemente do valor monetário, eu fiquei a ganhar porque consegui o que queria.

Ela também.

Ambas ganhámos no final.

No entanto parece extremamente difícil à sociedade perceber este conceito simples que é o valor que NÓS atribuimos às coisas.


Portanto, o que é que eu peço este natal?

Felicidade daquela que não se consegue através de bens materiais.